A compulsão alimentar periódica é uma das desordens alimentares mais comuns. Afeta cerca de 2% da população mundial. E pode causar consequências negativas, tanto físicas quanto psicológicas e sociais (1).
A compulsão alimentar geralmente não envolve apenas a compulsão pelo alimento em si. Geralmente há questões mais profundas envolvidas, como ansiedade, depressão ou outras condições psicológicas (2).
Neste artigo falaremos de aspectos gerais desse transtorno alimentar, seus sintomas e os riscos para a saúde. Questões como diagnóstico e tratamento serão abordados de maneira superficial, pois não é o foco aqui no momento.
O que é a compulsão alimentar?
Em definição a compulsão alimentar se trata da ingestão de uma grande quantidade de alimento, em um período curto de tempo, no qual a pessoa perde total controle do que e do quanto come (3).
Durante o episódio, a pessoa pode sentir algum tipo de alívio. Porém, ao término sente-se geralmente culpada, envergonhada, deprimida e com a sensação de perda de controle.
Pessoas com compulsão alimentar geralmente se sentem infelizes com seu próprio corpo, com seu peso e com a perda de controle quando se alimenta excessivamente (4).
Muitas pessoas que têm problemas com a autoimagem, com seu corpo e seu peso, podem se submeter a dietas altamente restritivas, o que é insustentável no longo prazo, e a fuga dessa restrição pode se manifestar com episódios de compulsão.
Após esses episódios a pessoa se sente frustrada, envergonhada, culpada, ainda mais triste com seu corpo e com seu peso.
O que pode fazer ela voltar para a dieta restritiva e depois manifestar novos episódios de compulsão.
E ela fica presa nesse círculo de sofrimento infinito.
Sintomas da compulsão alimentar
O fato de você ter comido compulsivamente aquela vez no natal da família, não necessariamente caracteriza compulsão alimentar.
Os sintomas de compulsão alimentar geralmente envolvem (3):
Comer mais rápido que o normal;
Ingerir grande quantidade de alimento, mesmo sem fome;
Comer excessivamente ao ponto de passar mal;
Comer sozinho para evitar constrangimento ou vergonha;
Sentir-se culpado, com vergonha ou deprimido após o episódio de compulsão.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico deve ser feito por profissional capacitado que irá reunir uma série de critérios para fechar o diagnóstico.
Os episódios de compulsão podem variar de leves, com um a três episódios por semana por pelo menos 3 meses. Ou extremamente graves, que podem chegar a 14 episódios por semana (4).
O tratamento vai depender da gravidade do problema. E pode envolver terapia cognitivo comportamental, psicoterapia, perda de peso e uso de medicamentos (3).
Dentro desse processo de tratamento, algo que já falamos em outro artigo que tem bastante efeito positivo na compulsão alimentar é a abordagem do mindfulness (atenção plena).
O mindful eating (comer com atenção plena), que se engloba no mindfulness, mostrou ser altamente efetivo em diminuir episódios de compulsão alimentar. Sendo uma abordagem trabalhada dentro das opções de tratamento (5,6).
Riscos para a saúde
A compulsão alimentar é um fator de risco para outras doenças como diabetes, hipertensão, dores de cabeça frequentes e outras formas de dor crônica (1).
Além disso, existe uma grande associação de compulsão alimentar e ganho de peso. Pessoas com compulsão alimentar chegam a ter 6 vezes mais chance de serem obesas (1, 2, 3).
Tudo isso piora a qualidade de vida, além de causar sofrimento em quem tem esse tipo de desordem alimentar.
Caso se identifique com os sintomas, não perca tempo em procurar um médico e ajuda profissional para melhor investigação.
Muitas pessoas que sofrem com isso sentem vergonha ou culpa de falar sobre o assunto. Não tenha medo, nem vergonha, nem culpa. A ausência de tratamento pode piorar sua saúde mental e física.
Uma equipe de profissionais capacitados e qualificados para tratar esse tipo de transtorno alimentar é crucial para sua saúde, bem-estar e estilo de vida saudável.
Procure ajuda.
