Você já se pegou correndo para a cozinha ou no aplicativo de comida para comer algo que você adora por estar se sentindo meio triste ou ansioso?
Procurar um certo conforto nos alimentos por conta de sentimentos negativos é relativamente comum, chamado de comer emocional.
Apesar do conforto momentâneo proporcionado, geralmente quem come por questões emocionais exagera na quantidade.
E logo após, vem um sentimento muito ruim de vergonha e culpa.
Apesar de parecer algo simples, quem é acometido por esse tipo de alimentação emocional acaba vivendo em um ciclo de sofrimento.
Para lidar com seus problemas, a saída encontrada é comer. E após comer de forma exagerada vem esse sentimento de culpa que te deixa pior ainda, e isso vai se repetindo.
No longo prazo isso se associa com outros problemas, como ganho de peso e obesidade.
O problema
Tem dias que você está cansado, meio para baixo. E realmente quer fazer um mimo para você mesmo.
Pedir aquela comida que você adora. Até aí tudo normal.
Mas, o comer emocional está relacionado a se alimentar em resposta a emoções negativas como raiva/frustração, ansiedade e depressão (1).
Além de problemas financeiros, estresse no trabalho, dificuldades no relacionamento, problemas de saúde, entre outros, também podem ser gatilhos para o comer emocional.
Geralmente a preferência é por alimentos altamente palatáveis, ou seja, alimentos muito saborosos e calóricos, ricos em gordura e açúcar. Como pizza, sorvetes, fast foods, chocolates e doces (2, 3).
Afeta ambos os sexos, mas é mais comum nas mulheres (3, 4).
Além disso, as mulheres são mais propensas a comerem uma grande quantidade de alimentos super calóricos em resposta a emoções negativas (2).
As emoções negativas podem gerar um certo vazio, aquela sensação que está faltando algo.
Nesse momento, a comida parece trazer, momentaneamente, uma sensação de preenchimento para esse vazio. Principalmente esses alimentos altamente calóricos, palatáveis e de fácil acesso (5).
No entanto, essa sensação de conforto é rápida e passageira, pois momentos depois vem um sentimento de culpa e de vergonha.
Comer emocional pode levar ao ganho de peso e obesidade.
Devido a preferência por alimentos altamente calóricos e geralmente com exagero na quantidade ingerida, o comer emocional está associado com ganho de peso, aumento da circunferência de cintura e com obesidade (6, 7, 8).
Além disso, existe uma conexão entre obesidade e depressão, que frequentemente ocorrem de forma conjunta. E a ponte que conecta essas duas pontas é o comer emocional (6).
Como parar o comer emocional
A ideia é encontrar outras formas de lidar com emoções negativas. Seja escrever o que está sentindo, ler um livro ou procurar uma outra forma de relaxar e conseguir ter maior consciência sobre as próprias emoções.
Quando você consegue redirecionar o foco para uma outra atividade benéfica, você consegue parar o comer emocional e interromper esse ciclo que só prejudica seu corpo e sua mente.
Segue abaixo algumas ideias que podem te ajudar:
Meditação
Mindfulness e mindful eating mostraram diminuir de forma efetiva aspectos do comer emocional. Dando mais controle às pessoas em relação ao que elas ingerem. Além de ajudá-las a lidar melhor com as próprias emoções (9).
Atividade física
Se exercitar pode ajudar bastante no alívio do estresse e em outros momentos difíceis que você pode estar passando.
Seja uma corrida, uma caminhada ou yoga, são atividades que podem te ajudar a pensar com mais clareza e ter mais consciência da situação ruim em que você está.
Se exercitar regularmente pode te ajudar a lidar melhor com as emoções negativas e diminuir o comer emocional (10).
Qualidade do sono
Quanto menor a qualidade e duração do sono, maior o grau de estresse. Assim, é mais propício uma alimentação emocional, já que o estresse é um dos gatilhos para esse padrão de alimentação.
Inclusive, pessoas que se alimentam de forma emocional e dormem pouco têm altas chances de ganharem peso e aumentar a circunferência de cintura (6).
Procure ajuda profissional
O comer emocional pode te levar a desenvolver uma desordem alimentar mais grave, como a compulsão alimentar (11, 12).
Se estiver muito difícil lidar com isso, e sentir que o padrão alimentar está cada vez mais fora de controle, procure ajuda profissional para conseguir lidar melhor com essa questão.
Com ajuda profissional, você irá compreender melhor o lado físico e emocional desse comportamento alimentar, entender melhor a si mesma, entender as próprias emoções e como lidar com elas.
Espero que esse texto tenha te ajudado de algum modo.
Ficou alguma dúvida? Deixa aqui seu comentário.