Um dos princípios básicos do emagrecimento é estar em déficit calórico. Ou seja, a ingestão calórica tem que ser menor que o gasto energético total.
Assim, se você gastar mais calorias do que ingere, você vai perder gordura.
Lembrando que pode ocorrer perda de massa muscular também. Vai depender do tamanho do déficit calórico, se você faz treinamento resistido (musculação) ou não, entre outros fatores, como a genética, mas não entraremos nesse assunto.
E ao saber que o déficit calórico proporciona o emagrecimento, muitas dúvidas surgem.
E uma delas é:
“Se eu manter o déficit calórico, mas só comendo o que eu quiser, inclusive fast food todos os dias, emagreço mesmo assim?”
Sim, até consegue.
Mas, além de ser uma péssima ideia nutricional e metabólica, é uma escolha nada inteligente para conseguir manter essa dieta. E muito provavelmente não irá conseguir mantê-la por muito tempo.
Parece algo extremo, alguém que queira somente comer fast food e emagrecer ao mesmo. Mas, as pessoas perguntam isso e têm essa dúvida.
Por que isso não é uma boa ideia?
Digamos que você tenha seu déficit calórico calculado e esteja disposto a contabilizar certinho as calorias dos alimentos que deseja, nesse caso, pizza, hambúrguer, sorvete e afins.
1- Alta densidade energética
O primeiro ponto que você vai ver é que esses alimentos são de alta densidade energética. O que vai te obrigar a comer uma quantidade bem pequena para manter o déficit calórico.
Esse baixo volume alimentar já vai impactar em uma baixa sensação de saciedade.
E para quem está em uma dieta de emagrecimento, saciedade é algo que pode fazer muita diferença, entre manter ou não a dieta.
2- Baixa ingestão proteica
Outro ponto é a ingestão proteica que provavelmente será inadequada, já que grande parte desses alimentos tem maior teor de gorduras e carboidratos.
E a proteína em uma dieta para emagrecimento tem grande importância. Pois, ela regula uma série de hormônios envolvidos na saciedade, além do ganho e manutenção da massa muscular.
Com uma dieta alta em proteínas, ocorre um aumento de hormônios relacionados à saciedade (GLP-1, CCK e peptídeo YY), além de reduzir os níveis do hormônio da fome, a grelina (1, 2, 3).
3- Baixa ingestão de fibras
Outro ponto que vai impactar negativamente a saciedade com uma dieta desse tipo é a baixa ingestão de fibras.
Já que em uma alimentação pautada em fast food possui baixa quantidade de fibras.
O maior consumo de fibras está associado com uma maior saciedade e uma menor ingestão calórica, além de menor risco de acúmulo de gordura na região abdominal (4, 5, 6).
Outro ponto, é que a alta ingestão de fibras solúveis consegue reduzir os níveis de hormônios envolvidos na fome, como a grelina (7, 8).
Além de conseguir aumentar os níveis de hormônios relacionados à saciedade, como colecistoquinina (CCK), GLP-1 e peptídeo YY (9, 10).
4- Baixo consumo de frutas e vegetais
Mais um ponto que mostra que se alimentar dessa maneira é uma péssima ideia.
O seu consumo de frutas e vegetais também será baixo.
O consumo de frutas e vegetais está associado com uma redução no risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT), como doenças cardiovasculares, diabetes e obesidade (11, 12, 13).
As frutas e vegetais possuem uma série de vitaminas, minerais e fitoquímicos que funcionam como agentes antioxidantes e antiinflamatórios que são mecanismo protetores para nosso organismo.
Frutas como melancia, melão, morango, mamão e abacaxi possuem uma baixa carga glicêmica com um baixo teor calórico.
Assim, você pode comer uma quantidade maior, irá trazer boa saciedade e palatabilidade, com uma baixa ingestão calórica e alta quantidade de nutrientes.
Assim como grande parte dos vegetais, que são pobres em calorias, ricos em nutrientes e fibras.
Não é inteligente retirar frutas e vegetais da alimentação, eles auxiliam em uma vida mais longa e com maior qualidade.
É uma péssima ideia querer se manter em déficit calórico só comendo fast food.
Déficit calórico é uma dos princípios do emagrecimento, há muitos outros fatores envolvidos como sono, estresse, saciedade, entre outros.
